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sábado, 24 de abril de 2010

Mulheres conjuradas



História é substantivo feminino. Contudo, nela, as mulheres costumam figurar como mera adjetivação de heróis masculinos.

Nessa cultura machista que nos assola, quase não se destacam as figuras heróicas de mulheres envolvidas com a Conjuração Mineira liderada por Tiradentes. Mulheres que tiveram coragem de apoiar os homens que amavam, comprometidos com a principal conspiração de nossa história: a que pretendeu libertar o Brasil do domínio português.

Tomás Antônio Gonzaga apaixonou-se por Maria Doroteia Joaquina de Seixas, 23 anos mais nova, eternizada sob o pseudônimo poético de “Marília de Dirceu”.

Bárbara Heliodora, mulher de Alvarenga Peixoto, teria evitado que o marido, uma vez preso, passasse de conspirador a delator.

Outra mulher que merece destaque é Inácia Gertrudes, a quem Tiradentes recorreu, no Rio de Janeiro, quando soube que o vice-rei o perseguia.

Quitéria Rita era filha de Chica da Silva, que nascera escrava na fazenda do pai de padre Rolim. O padre e ela amasiaram-se. Antes de ser preso, Rolim internou Quitéria e as filhas no Recolhimento de Macaúbas. Ao sair da prisão, 13 anos depois, foi ao Recolhimento e as resgatou.

Hipólita Teixeira casou-se com o coronel Francisco Antonio de Oliveira Lopes. Preso o marido, e degredado para a África, teve ela todos os bens sequestrados. Foi ela quem contra-atacou, em carta ao governador de Minas, a delação de Joaquim Silvério dos Reis. E também redigiu e espalhou os avisos sigilosos dando notícias aos conjurados de que Tiradentes havia sido preso no Rio, em 1789.

História é substantivo feminino. Contudo, nela, as mulheres costumam figurar como mera adjetivação de heróis masculinos. É hora de voltarmos aos tempos em que os hebreus ressaltavam a atuação destemida de mulheres.

Por Frei Betto (Autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco)

Fonte: Brasil de Fato

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